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Momento Perfeito

  • Nara Cledi
  • 10 de nov. de 2015
  • 3 min de leitura


Momento perfeito eu chamo aquele instante que se torna sagrado por acontecer, por encantamento. Quando não há nenhuma dor no corpo. Quando os ombros liberam todo o peso. Quando os olhos, de tão preenchidos, fecham as pálpebras para se ampliar em competência, tentando retê-lo. E então, o coração, para não mudar o ritmo, mas querendo a expansão, pede apoio aos pulmões. E eles, solícitos, dão a sensação de crescerem até abaixo do umbigo, acolhendo o suspiro que se forma. E, bem nesse exato momento, não contemos a emoção. Não nominamos a emoção. Entretanto, ela precisa sair de nós e comungar com o universo em um grito, uma exalação lenta, uma lágrima de gratidão e amor. Imediatamente o Universo nos acolhe, nos reconhece, reverenciando a vida que desperta em nós. Um momento perfeito pode acontecer olhando um por do sol, quando nossa alma experimenta, mesmo inconscientemente, o desapego e a gratidão. Quando entrega a luz que a banhou neste dia para que o faça do outro lado da terra também. Pode ser ao abrirmos um mamão para o café da manhã e nos inebriamos, inconscientemente, com a abundância a nossa disposição: uma única fruta pode gerar uma lavoura..."que generosa é essa providência divina que me cuida!” Pode acontecer quando um filho nasce e você o segura pela primeira vez, se deixando invadir pelo turbilhão de emoções. Quando um neto nasce e você ainda está aqui para vê-lo conformado (com a forma física), pode ser o momento em que a bolinha para no número apostado e a roleta para de girar. Pode ser o momento em que suas orquídeas, de repente, porque você não as acompanhou, se colorem. Pode ser o momento em que consegue expressar minimamente suas ideias, pensamentos e sentimentos. Pode ser o momento em que evitar um acidente. Pode ser o momento em que extrai um sorriso de alguém que estava triste. Pode ser o momento em que sabemos que um desafio foi superado. Pode ser o momento de um abraço tanto desejado. Pode ser o momento em que um pássaro repousa em sua mão. Pode ser o momento do perdão absoluto. A vida é cheia de momentos assim. E esses momentos perfeitos têm o poder energético de zerar todo o mal que possa ter acontecido até eles, pois o que quer que tenha acontecido, gerou o caminho. Qualquer outro desvio, fato, estratégia, dinâmica ou acontecimento em tua vida que fosse mudado antes, não terminaria aqui. Penso que essa percepção é muito introjetada nos pássaros, nos cães. Os pássaros, a despeito de um vendaval que derruba seus ninhos destruindo seus filhotes, seus ovos, posses e domínios, exaltam a vida logo em seguida, voltando a cumprir o acordo da espécie com a força que a criou. Os cães, a despeito de maus tratos, abandono, ausência, sempre acolhem seus donos com o mesmo querer cumprindo a sua natureza. Fomos criados para termos uma vida inteira em estado de graça, como um momento perfeito. Mas, no exercício de nosso livre-arbítrio, optamos em viver em julgamentos, críticas, reclamações, inercia, confrontos, desajustes, opressões, lutas, desagregações e as dores daí advindas. Se nossa mente silenciasse em paz e comungasse mais com as bênçãos originais, certamente, haveria mais luz para revelar mais momentos perfeitos. E um dia, num desses momentos perfeitos, ao abrir as asas para voar com segurança, perceberíamos, que tudo o que vivemos antes, todos os tombos e tropeços foram exercícios que tornaram possível este voo.

 
 
 

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